No Dia Mundial da Saúde, destacamos a urgência de investir em pesquisas para doenças raras. Milhões de pessoas ainda esperam por respostas. Entenda por quê.
Todo dia 7 de abril, o mundo celebra o Dia Mundial da Saúde, uma data criada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para refletir sobre os desafios globais da saúde. Apesar dos avanços médicos que melhoraram a qualidade de vida de milhões de pessoas, uma realidade continua invisível: as doenças raras ainda não contam com tratamentos eficazes ou diagnósticos precisos.
Essas doenças, que afetam menos de 1 pessoa a cada 2.000, também são conhecidas como doenças pouco frequentes. No entanto, para quem convive com elas, são urgentes, diárias e muitas vezes desgastantes. Neste Dia Mundial da Saúde, acendemos um alerta: a pesquisa para essas condições é insuficiente — e sem ciência, não há futuro.
Por que as doenças raras ainda não têm cura ou tratamento?
Hoje se estima que existam entre 6.000 e 8.000 doenças raras no mundo. Muitas delas são genéticas, crônicas, degenerativas e, em grande parte, afetam crianças. No entanto, o investimento em pesquisa para tratamentos ainda é mínimo em comparação com doenças mais comuns.
O principal motivo é que, por sua baixa incidência, essas doenças não representam um “mercado atrativo” para a indústria farmacêutica. Isso gera o que especialistas chamam de “desertos terapêuticos”, onde os pacientes têm poucas — ou nenhuma — opções de tratamento. Por isso, é fundamental impulsionar políticas públicas e colaborações científicas que coloquem a saúde acima do lucro.
O papel dos estudos clínicos: uma esperança real
Os estudos clínicos são uma das poucas ferramentas capazes de mudar a realidade desses pacientes. Eles são o passo essencial para comprovar se um novo tratamento é eficaz e seguro. Mas quando se trata de doenças raras, os desafios aumentam: há poucos pacientes, poucos especialistas e, muitas vezes, falta de informações básicas.
Apesar das dificuldades, nos últimos anos surgiram avanços importantes graças à colaboração entre universidades, centros de pesquisa e órgãos reguladores. Também cresceram as plataformas digitais que conectam pacientes com estudos em andamento, acelerando o acesso a tratamentos em investigação e reunindo dados valiosos para terapias futuras.
Dia Mundial da Saúde: uma oportunidade para dar visibilidade
O tema deste ano para o Dia Mundial da Saúde nos convida a repensar nossas prioridades sanitárias. Quem está ficando de fora dos grandes avanços científicos? O que acontece com quem convive com doenças que ninguém pesquisa?
Dar visibilidade a essa questão é o primeiro passo. A saúde deve ser entendida como um direito universal — e isso inclui as pessoas com doenças raras. Governos, cientistas, universidades e a sociedade civil precisam agir: é urgente garantir mais financiamento, centros especializados e estratégias de pesquisa inclusivas.
A importância de estar informado e conectado
Um dos grandes desafios enfrentados por quem vive com uma doença rara é a falta de informação confiável. Muitos pacientes passam anos com diagnósticos errados ou tratamentos ineficazes até encontrar uma equipe médica que compreenda sua condição.
A educação médica contínua, o fortalecimento de redes de apoio e a participação em estudos clínicos são estratégias fundamentais para mudar esse cenário. Neste Dia Mundial da Saúde, informar-se também é um ato de compromisso: divulgar é parte do tratamento.
Bibliografia
- Organização Mundial da Saúde. Dia Mundial da Saúde. https://www.who.int/campaigns/world-health-day
- EURORDIS. Rare Disease Day Factsheet. https://www.eurordis.org
- Orphanet. The portal for rare diseases and orphan drugs. https://www.orpha.net
- Global Genes. Rare Diseases Facts and Statistics. https://globalgenes.org
- Fundación GEISER. Enfermedades Poco Frecuentes. https://www.fundaciongeiser.org