Uma nova molécula está sendo estudada no Brasil para pacientes com mieloma múltiplo recidivado-refratário que não respondem aos tratamentos padrão.
O mieloma múltiplo recidivante-refratário (MMRR) é um tipo de câncer de sangue caracterizado pela falta de resposta aos tratamentos padrão ou pela recorrência da doença após um tratamento inicial bem-sucedido.
Esse tipo de mieloma múltiplo afeta aproximadamente 7500 pessoas no Brasil, de acordo com a International Myeloma Foundation. Esses pacientes enfrentam a necessidade de encontrar novas opções terapêuticas que possam prolongar e melhorar sua qualidade de vida.
Novo tratamento sob investigação
Um novo tratamento está sendo avaliado no Brasil em pacientes com RRMM que não respondem às terapias convencionais. Esse estudo faz parte de uma série de pesquisas clínicas internacionais conhecidos como SUCCESSOR, projetados para avaliar a eficácia de uma nova molécula em comparação com os tratamentos atualmente aprovados.
Os estudos clínicos SUCCESSOR são organizados em duas fases principais, cada uma com objetivos específicos:
SUCCESSOR 1: Compara a eficácia da nova molécula em combinação com outros medicamentos com um tratamento padrão já em uso para RRMM.
SUCESSOR 2: Avalia a nova molécula em combinação com outros medicamentos e sua eficácia em comparação com um tratamento padrão diferente.
Mieloma múltiplo: quem pode participar do estudo clínico?
O estudo SUCCESSOR está aberto a pessoas com mais de 18 anos de idade com diagnóstico confirmado de mieloma múltiplo por meio de níveis de proteína M no sangue ou na urina.
Os participantes devem ter recebido pelo menos uma linha de tratamento e ter apresentado progressão ou piora da doença após ou durante esse tratamento.
Os participantes devem ter sido tratados anteriormente com determinados medicamentos e, se possível, também com terapias baseadas em anticorpos. É necessário que eles tenham apresentado uma boa resposta ao tratamento anterior, mas que a doença tenha progredido durante o último tratamento recebido.
Aqueles que receberam um transplante autólogo de células-tronco nas últimas 12 semanas ou aqueles que foram submetidos a um transplante alogênico de células-tronco não são elegíveis para participar deste estudo.
O estudo avaliará o tempo desde o início do tratamento até a progressão da doença, bem como vários desfechos secundários relacionados à melhora física e à qualidade de vida.
Pesquisa clínica no Brasil: mais informações aquiReferências bibliográficas
Clinical Trials.
– A Study to Evaluate Mezigdomide, Bortezomib and Dexamethasone (MEZIVd) Versus Pomalidomide, Bortezomib and Dexamethasone (PVd) in Participants With Relapsed or Refractory Multiple Myeloma (RRMM) (SUCCESSOR-1)
https://clinicaltrials.gov/study/NCT05519085?term=CA057-001&rank=1
– A Study to Evaluate Mezigdomide in Combination With Carfilzomib and Dexamethasone (MeziKD) Versus Carfilzomib and Dexamethasone (Kd) in Participants With Relapsed or Refractory Multiple Myeloma (SUCCESSOR-2).
https://clinicaltrials.gov/study/NCT05552976?term=CA057-008&rank=1
Richardson PG, Trudel S, Popat R, Mateos MV, Vangsted AJ, et al;. Mezigdomide plus Dexamethasone in Relapsed and Refractory Multiple Myeloma. N Engl J Med. 2023 Sep 14;389(11):1009-1022. doi: 10.1056/NEJMoa2303194. Epub 2023 Aug 30. PMID: 37646702.
Shortt J. Mezigdomide and Multiple Myeloma. N Engl J Med. 2023 Sep 14;389(11):1046-1050. doi: 10.1056/NEJMe2307370. Epub 2023 Aug 30. PMID: 37646699.