Descubra as perguntas frequentes sobre estudos clínicos e sua importância para o avanço da ciência.
No âmbito do Dia Internacional das Pesquisas Clínicas, procuramos esclarecer algumas dúvidas comuns sobre essa área crucial da pesquisa médica.
Para isso, entrevistamos a Dra. Patricia Varela, médica de cuidados paliativos, subinvestigadora médica, professora universitária e consultora médica da Un Ensayo para Mí (MN 109784), que explicou a importância dos estudos clínicos e como eles funcionam.
Abaixo, descubra quais são as perguntas mais frequentes e suas respostas para saber mais sobre pesquisa médica.
1) O que é uma pesquisa clínica?
Uma pesquisa clínica é um tipo de pesquisa científica realizada para estudar a eficácia e a segurança de novos tratamentos, procedimentos ou intervenções médicas em seres humanos. Os participantes são divididos em grupos; alguns recebem o tratamento experimental, enquanto outros podem receber um tratamento padrão.
São realizados monitoramento e acompanhamento cuidadosos para coletar dados sobre como o corpo humano responde ao tratamento e para avaliar quaisquer efeitos colaterais ou riscos associados. Os ensaios clínicos são fundamentais para o avanço da medicina e ajudam a garantir que os tratamentos usados na prática médica sejam seguros e eficazes. Além disso, a participação em estudos clínicos pode proporcionar acesso a tratamentos promissores que ainda não estão disponíveis de forma padronizada.
2) Como posso saber se sou elegível para participar de um estudo clínico?
Há várias maneiras de descobrir se você é elegível para participar de um estudo clínico. Uma opção é pesquisar on-line em bancos de dados como Uma Pesquisa para Mim, que fornece informações sobre estudos clínicos em andamento em todo o mundo e permite filtrar estudos por tipo de doença, localização geográfica e outros critérios relevantes.
Outra opção é entrar em contato com centros médicos e hospitais que realizam pesquisas clínicas para perguntar sobre possíveis oportunidades de participação. Além disso, as organizações de apoio ao paciente podem fornecer informações e recursos sobre estudos clínicos.
Por fim, consultar o seu médico pode ser útil, pois ele pode estar ciente de estudos clínicos relevantes e pode recomendar opções apropriadas com base na sua situação médica.
3) Quais são as etapas para participar dos estudos clínicos?
Nem todos os pacientes podem participar de estudos clínicos, pois cada estudo tem critérios específicos de inclusão e exclusão que determinam quais pacientes são elegíveis.
Esses critérios são projetados para garantir a segurança dos participantes e a validade dos resultados do estudo. Quanto à cobertura de saúde, ela não é um fator determinante para a participação em um estudo clínico. Os estudos geralmente estão abertos a pacientes com várias situações de seguro de saúde, e os custos relacionados ao estudo, como consultas médicas e medicamentos, geralmente não têm custo para o paciente.
4) E quanto aos dados pessoais?
A privacidade e a proteção dos dados pessoais dos pacientes são fundamentais para qualquer estudo clínico e estão sujeitas a regulamentos e padrões éticos rigorosos.
Antes de participar, os pacientes devem assinar um formulário de Consentimento Informado que descreve como seus dados serão coletados, usados e protegidos. Os dados pessoais são mantidos confidenciais e protegidos de forma segura. Em alguns casos, os dados são anonimizados para remover qualquer informação identificável. Os estudos clínicos devem obedecer a regulamentos rigorosos para garantir a proteção de dados pessoais.
5) É seguro participar de um estudo clínico?
Os estudos clínicos são projetados para garantir a segurança dos participantes tanto quanto possível. Antes de serem iniciados, eles devem passar por um rigoroso processo de revisão por comitês de ética e órgãos reguladores para avaliar sua segurança e viabilidade.
É importante que o médico da atenção primária seja informado e concorde com a decisão do paciente de participar de um estudo clínico. A decisão de participar é pessoal e deve ser baseada no princípio da autonomia do paciente, que reconhece o direito dos indivíduos de tomar decisões informadas sobre seus próprios cuidados médicos.
6) O que acontece com o tratamento convencional se eu participar do tratamento?
Em geral, os pacientes são convidados a participar de um estudo clínico porque não estão respondendo ao tratamento atual ou são intolerantes ao medicamento que estão recebendo. Nesses casos, é oferecido a eles um tratamento inovador dentro do contexto do estudo clínico. Isso pode variar de acordo com o projeto do estudo e a patologia específica.
7) Um paciente pode receber um placebo?
Em um estudo clínico, todos os pacientes são tratados com o melhor tratamento disponível. Alguns recebem o medicamento do estudo adicionado ao tratamento padrão, enquanto outros recebem um placebo inerte além do tratamento padrão.
Um placebo é uma substância que não tem efeito terapêutico e é usada para comparar a eficácia do medicamento real.
8) Qual é a probabilidade de que funcione?
A probabilidade de que um estudo clínico demonstre a eficácia e a segurança de um novo tratamento pode variar consideravelmente, dependendo de vários fatores, como a fase do estudo, o tipo de doença e a natureza do tratamento.
Entretanto, todos os estudos clínicos, independentemente de seus resultados, contribuem para o avanço do conhecimento médico e podem fornecer informações valiosas para melhorar o atendimento e o tratamento dos pacientes no futuro.
9) Qual é o estágio de aprovação final de um tratamento experimental?
A pesquisa de medicamentos segue um processo gradual que envolve várias fases, cada uma delas projetada para responder a perguntas específicas sobre a segurança, a eficácia e outros aspectos relacionados a um novo medicamento ou tratamento. As fases típicas da pesquisa de medicamentos são as seguintes:
- Fase pré-clínica: pesquisa em modelos laboratoriais e animais para explorar a viabilidade e a segurança do novo composto.
- Fase I: avaliação da segurança em um pequeno grupo de voluntários saudáveis.
- Fase II: testes preliminares de eficácia em um grupo maior de pacientes.
- Fase III: Estudos maiores e controlados para confirmar a eficácia e a segurança do medicamento em uma população diversificada.
- Fase IV: Estudos adicionais pós-comercialização para avaliar a segurança e a eficácia a longo prazo em condições reais.
No Dia Internacional da Pesquisa Clínica, é importante destacar que os tratamentos experimentais são uma parte fundamental do desenvolvimento de novos tratamentos médicos, oferecendo esperança e avanços significativos na luta contra várias doenças.
A participação em um estudo clínico pode não apenas beneficiar o indivíduo, mas também contribuir para o conhecimento e o tratamento médico global.