Efeitos da Radiofrequência Não Ablativa no Distúrbio de Dor Genitopélvica Feminina
56 pacientes em todo o mundo
Disponível em Brazil
Inicialmente, todas as mulheres incluídas no estudo receberão instruções breves e claras sobre a disfunção da dor genitopélvica e a anatomia do assoalho pélvico. Em seguida, as participantes responderão aos questionários FSFI (Índice de Função Sexual Feminina), SQoL-F (Escala de Qualidade de Vida Sexual Feminina) e PSS-10 (Escala de Estresse Percebido - 10).
O FSFI avalia o índice de função sexual feminina nos seguintes domínios: desejo, excitação, lubrificação, orgasmo, satisfação e dor. É autoadministrado, contém 19 itens, com tempo médio de resposta de nove minutos e aborda aspectos das últimas quatro semanas. É uma medida a ser considerada um potencial "padrão ouro" para avaliar alterações terapeuticamente induzidas na função sexual feminina.
O SQoL-F mede o impacto das disfunções sexuais femininas na qualidade de vida das mulheres, abordando os itens: sentimentos psicosexuais, satisfação sexual e nos relacionamentos, autoinvalidação e repressão sexual. É autoadministrado, contém 18 itens, com tempo médio de resposta de sete minutos e aborda aspectos das últimas quatro semanas.
O EPS-10 mede o grau de estresse percebido pelos indivíduos em 30 dias. É validado em vários países em versões com 14 perguntas, 10 perguntas e quatro perguntas. A versão com 10 perguntas foi escolhida para este estudo e é autoadministrada. A escala verifica o quanto os respondentes avaliam suas vidas em termos de imprevisibilidade, sobrecarga e falta de controle, fatores reconhecidos como os mais relevantes em casos de estresse.
Após a conclusão deste primeiro processo, um Formulário de Admissão será preenchido em duas etapas consecutivas. Na primeira etapa, a participante será levada a um local reservado acompanhada por pelo menos um pesquisador devidamente treinado, onde serão respondidas as questões de 1 a 23 do Formulário de Admissão, nas quais serão coletados os seguintes dados: dados demográficos, condições sociais, comorbidades, história de doenças atuais e anteriores, histórico ginecológico, histórico obstétrico e histórico fecal, com aplicação dos Critérios de Roma III, Escala de Bristol e Escala Análoga Visual (VAS) relacionada à dor durante a penetração vaginal.
Após a conclusão da primeira etapa do Formulário de Admissão, a segunda etapa será iniciada, na qual a participante será levada a um consultório privativo, onde será posicionada em decúbito dorsal em uma maca, com a região pélvica descoberta, os membros inferiores abduzidos e flexionados para avaliação perineal. Um pesquisador treinado realizará a avaliação física por meio de inspeção pélvica e palpação vaginal digital, seguindo as recomendações da ICS, para uso das letras P, E, R e F do Esquema PERFECT, associado a uma avaliação subjetiva de coordenação, uso de músculos acessórios e simetria. Os achados serão registrados nos itens de 24 a 29 do Formulário de Admissão.
A eletromiografia (EMG) do assoalho pélvico (PF) será realizada usando eletrodos de superfície autoadesivos (Eletrodo Adesivo Hydrogel 4,5 x 3,8 cm, Meditrace 200, Kendal™, Mansfield - EUA) conectados a um dispositivo de eletromiografia (EMG) (New Miotool Uro™, Miotec, Porto Alegre - BR), que converte o sinal mioelétrico em valores expressos em microvolts (μV). Os dados da EMG serão coletados e analisados usando o software Miotec Suite versão 1.0 (Miotec®, Porto Alegre, Brasil). Neste software, os filtros passa-alta de 20Hz, passa-baixa de 500Hz e rejeição de frequência de 60Hz serão utilizados e os dados podem ser visualizados na forma de gráficos. Para realizar a técnica, os seguintes materiais serão necessários: cinco eletrodos de superfície, fita adesiva, álcool a 70%, papel toalha e 2 pares de luvas. 02 (dois) eletrodos de superfície serão fixados na região perianal (posicionamento equivalente a 2 e 8 no relógio), 02 (dois) no tronco do músculo oblíquo externo direito (para avaliar os músculos abdominais) e 01 (um) na diáfise da clavícula direita. Para colocar o eletrodo na região perianal, a paciente é posicionada em decúbito lateral com os membros inferiores aduzidos e flexionados. Para colocar o eletrodo no músculo oblíquo externo direito, a paciente é posicionada em DD com membros inferiores estendidos e é solicitada a contração desse músculo com flexão do tronco e rotação para a esquerda.
O exame será realizado em dois momentos: o primeiro momento com a paciente em decúbito dorsal (DD) e, no segundo momento, em ortostase. Inicialmente, em DD, com os membros inferiores estendidos, a avaliação de EMG captará a Contração Voluntária Máxima (CVM). Serão solicitadas 03 contrações máximas dos MFP (músculos do assoalho pélvico) e a média das 03 (três) contrações será registrada. Após o registro da CVM, a coleta de atividade muscular do assoalho pélvico em DD começa.
Coleta 01: Começa com a coleta da atividade elétrica basal por 30 segundos. O comando verbal será: "Mantenha seu ânus relaxado." Em seguida, será solicitada a realização de cinco contrações tônicas (CT). A voluntária será instruída a realizar cinco contrações mantidas por 10 segundos e o mesmo tempo de relaxamento. O avaliador determinará o momento de contrair e relaxar. O comando verbal será: "Contraia seu ânus como se estivesse segurando um peido e segure por 10 segundos e depois relaxe pelo mesmo tempo. Faça isso cinco vezes seguindo meu comando de voz (Contraia, segure, segure, segure... e relaxe.)." Ao terminar, a participante terá que descansar por 30 segundos. Por fim, será solicitado que realize 10 contrações máximas de 1 segundo com relaxamento completo entre elas (contrações fásicas). O comando verbal será: "Contraia seu ânus como se estivesse segurando um peido e relaxe. Faça isso dez vezes seguindo meu comando de voz (Contraia, relaxe, contraia, relaxe...)". Após as contrações fásicas, pedir à paciente que descanse por dez segundos para completar a coleta.
Coleta 02: Todos os passos da coleta 01 são repetidos, mas a posição de ortostase será adotada com os membros superiores ao longo do corpo. Todos os dados da coleta EMG serão registrados e analisados pelo software Miotec Suite versão 1.0 (Miotec®, Porto Alegre, Brasil) e armazenados em um computador portátil. Durante todo o exame, também será realizada a inspeção dinâmica (visual e por EMG, simultaneamente) avaliando a presença de contração visível dos músculos do assoalho pélvico, a presença de contração de outros músculos (glúteo máximo, adutores da coxa e músculos abdominais) e a capacidade de relaxamento visível (bom, regular, incompleto ou ausente).
Após a avaliação inicial, todas as pacientes serão randomizadas, usando uma tabela aleatória gerada no programa disponível no site: www.random.org em dois grupos: um Grupo de Radiofrequência (GR) composto por 28 mulheres e um Grupo de Controle (GC) composto por 28 participantes. As voluntárias que farão parte do grupo GR receberão tratamento fisioterapêutico por meio da aplicação de RF não ablativa com o objetivo de promover o relaxamento muscular perineal. Em cada sessão, que ocorrerá uma vez por semana, a paciente será levada a um consultório privado e será posicionada em decúbito dorsal em uma maca, com a região pélvica descoberta, os membros inferiores abduzidos e flexionados para a aplicação de RF não ablativa por meio de um pesquisador treinado.
Nas mulheres do grupo GC, o dispositivo para aplicação de RF não ablativa será desligado e o gel condutor será aquecido por um resistor. O restante do protocolo será idêntico ao do grupo GR. Apenas o pesquisador que realizou o procedimento saberá a qual grupo a paciente pertence, mantendo a confidencialidade da alocação para os outros pesquisadores e para a paciente. Imediatamente após a aplicação da RF, tanto no grupo GR quanto no grupo GC, um pesquisador que não saberá a qual grupo a paciente pertence tentará introduzir um dilatador vaginal lubrificado por 15 minutos, com o objetivo de promover o alongamento do introito vaginal.
Há seis tamanhos de dilatadores vaginais que serão trocados gradualmente a cada sessão, dependendo da aceitabilidade da paciente. Neste estudo, será utilizado o conjunto de dilatadores vaginais ABSOLOO, que contém seis dispositivos com cores e tamanhos diferentes: verde nº 1: diâmetro 1,16cm, comprimento 6,5cm; rosa nº 2: diâmetro 1,90cm, comprimento 7,5cm; amarelo nº 3: diâmetro 2,15cm, comprimento 8,7cm; roxo nº 4: diâmetro 2,5cm, comprimento 10,9cm; azul nº 5: diâmetro 3,10cm, comprimento 13,20cm; e laranja nº 6: diâmetro 3,5cm, comprimento 14,5cm. O último tamanho de dilatador vaginal será o escolhido pela paciente. Após o procedimento, a paciente será instruída a exercitar-se com o dilatador em casa diariamente por 15 minutos.
Ao final de cada sessão, o seguinte será registrado na Ficha de Monitoramento: a tolerância à inserção vaginal digital, o tamanho do dilatador atual, a percepção da VAS relacionada à dor durante a penetração vaginal e a escala LIKERT de satisfação em relação ao tratamento com RF. Serão realizadas oito sessões de aplicação de RF, semanalmente, totalizando um período de dois meses.
Uma semana após a última sessão, será realizada a reavaliação final, na qual a participante será levada a um consultório privado, será posicionada em decúbito dorsal em uma maca, com a região pélvica descoberta, os membros inferiores abduzidos e flexionados para a avaliação perineal e um pesquisador treinado realizará a avaliação por meio de inspeção, palpação vaginal digital, seguindo as recomendações da ICS, para usar as letras P, E, R e F do Esquema PERFECT associado a uma avaliação subjetiva de coordenação, uso de músculos acessórios e simetria. Um dilatador vaginal ABSOLOO do tamanho escolhido pela paciente será inserido e uma avaliação eletromiográfica será realizada.
Os achados serão registrados no Formulário de Reavaliação: tolerância à inserção vaginal digital, o tamanho do dilatador atual, a percepção da VAS relacionada à dor durante a penetração vaginal e a escala LIKERT de satisfação em relação ao tratamento com RF. Os instrumentos FSFI, SQoL-F e EPS-10 também serão respondidos novamente. Após o tratamento, será realizado um período de acompanhamento de um, três e seis meses, quando o Formulário de Reavaliação e os instrumentos FSFI, SQoL-F e EPS-10 serão reaplicados.
Se a paciente não comparecer às reavaliações, será feito contato telefônico e os instrumentos FSFI, SQoL-F e EPS-10 serão aplicados remotamente. O tratamento com RF será considerado bem-sucedido com base na capacidade da paciente de ter relação sexual, incluindo a penetração completa do pênis seguida pela ejaculação do parceiro, sem queixas de dor.
Centro de Atenção ao Assoalho Pélvico
1Locais de pesquisa
56Pacientes no mundo
Este estudo é para pessoas com
Dolor genitopélvico
Dispareunia
Medicação / medicamento a ser usado
transtorno da dor genitopélvica
radiofrequência
radiofrequência não ablativa
mulheres
requisitos para o paciente
Até 45 Anos
Fêmea
Requisitos médicos
Mulheres com transtorno de dor genito-pélvica associado à penetração.
Doença degenerativa crônica
Comprometimento cognitivo
Agenesia genital
História de câncer vaginal ou radioterapia genital.
Próteses pélvicas ou lombossacrais
Marcapassos cardíacos
Mulheres grávidas
Infecções na região genital ou sistêmica
Qualquer tipo de tratamento para distúrbio da dor genitopélvica