Um novo estudo testará a eficácia de uma molécula já usada para tratar psoríase moderada a grave. O medicamento pode melhorar a qualidade de vida de pacientes com lúpus eritematoso sistêmico na América Latina.
O lúpus é uma doença autoimune caracterizada pela inflamação de vários órgãos, desde a pele até os pulmões, o coração e os rins. Os pacientes que sofrem de lúpus eritematoso sistêmico têm reações imunológicas que se voltam contra seu próprio corpo, gerando uma inflamação generalizada que impede o funcionamento correto de alguns de seus órgãos.
O lúpus eritematoso sistêmico pode apresentar vários sintomas ou permanecer silencioso por anos, manifestando-se apenas com manchas vermelhas e erupções cutâneas no rosto.
Devido à heterogeneidade dos sintomas e à dificuldade de fazer um diagnóstico preciso, até recentemente os clínicos e reumatologistas limitavam-se a tratar os sintomas de forma fragmentada, dependendo da área afetada.
Em virtude aos avanços na pesquisa científica, agora existem mecanismos comuns a todas as doenças autoimunes. É por isso que estão sendo buscados tratamentos que possam neutralizá-los em nível imunológico, independentemente da patologia em questão.
Tratamento em estudo para Lúpus Eritematoso Sistêmico
Atualmente, uma molécula está sendo testado em todo o mundo para lúpus, tanto em pacientes que sofrem de lúpus discoide quanto de lúpus eritematoso sistêmico (LES).
Os inibidores da enzima quinase Janus kinase (JAKi) são os que serão estudados em uma tentativa de combater o lúpus eritematoso a partir das células imunológicas.
Os inibidores de JAKi de primeira geração inibem diferentes enzimas dessa grande família bioquímica. Em contrapartida, os inibidores de JAKi de segunda geração são mais seletivos e bloqueiam um único membro da família JAK. Dessa forma, eles inibem os sinais intracelulares que contribuem para a liberação de citocinas e outras proteínas de defesa sem causar outros distúrbios.
A molécula em estudo é um inibidor de JAK que atua especificamente nas células de defesa para bloquear a enzima tirosina quinase 2 (TYK2). O bloqueio dessa enzima modifica a ação dos linfócitos T e evita a produção excessiva de citocinas (interleucinas 10, 12 e 23) e outras proteínas (interferons tipo 1) que mantêm a inflamação no organismo. Ao interromper a cascata bioquímica inflamatória, as crises de doenças autoimunes poderiam ser controladas.
Estudo na América Latina para LES
Um novo estudo de fase 3 tem como objetivo demonstrar a eficácia do molécula em pacientes com lúpus eritematoso sistêmico. A pesquisa clínica, que já está em andamento, inscreverá pacientes adultos de todo o mundo, incluindo os da Brasil, Argentina, Chile, Peru, Colômbia e México.
Se o molécula se mostrar eficaz e seguro em pacientes com lúpus eritematoso sistêmico, poderá ser licenciada como um novo tratamento para a doença em vários países, inclusive na América Latina.
Se você quiser saber mais sobre o pesquisa clínica você pode escrever para info@unensayoparami.org.
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